A beleza da vida está no vagaroso passo em que tornamo-nos cada vez mais
conscientes das nossas adinamias mais intrínsecas. Entre decepções absurdas e momentos
catárticos desgraçados, as cores, os tons de cinza, o amor, as pessoas, tudo muda.
Muda sem mudar, que coisa! Muda de si para si, de maneira íntima e egoísta. Até
o silêncio passamos a ouvir, e dele aprendemos. Aprendemos a amputar o putrefato
de nossas vidas em função da necessidade de continuar respirando ar puro,
limpo, digno! É difícil, mas o tempo lapida as nossas angústias. Enquanto isso,
só nos resta sorrir, sorrir para a vida!
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
sábado, 1 de setembro de 2012
Viva!
Três vivas ao design novo de hoje, que em três semanas há de tornar-se decrépito, sem cor. Dois vivas à modernidade descompassada, à exposição em demasia em detrimento de virtudes ludibriadas. Um ultimo viva à perdas irreparáveis, à litígios incansáveis e ao clamor pelo efusivo, por vida nova a cada passo, cada tropeço!
Um brinde à felicidade e aos espinhos em sua volta. Ao doce/amargo, que apesar de ser de um paladar mais amadurecido e de difícil apreciação, demonstra-se simplesmente maravilhoso.
Um brinde à felicidade e aos espinhos em sua volta. Ao doce/amargo, que apesar de ser de um paladar mais amadurecido e de difícil apreciação, demonstra-se simplesmente maravilhoso.
domingo, 19 de agosto de 2012
Geração Inteligente
Se ao menos essa geração "baladeira", regada à whisky barato e vodca com energético, psicotrópicos, estimulantes e "baladas top" - além de um "moralismo" completamente infundado de Che Guevara e Nietzsche, isso dos que tentam atribuir um sentido ao modo de vida ignóbil que levam - tivesse um horizonte que fosse além dos redores da sua existência e tudo o que configura o seu eu, quanta coisa não seria diferente. Quanto ao Che Guevara e Nietzsche, coitados, como são mal representados! Não estou generalizando, pessoas incríveis que tive a oportunidade de conhecer levavam o tipo de vida bohemio, mas esses são excessões. Os de que falo são os vazios, coitados. Essa é uma geração embriagada, e o lado ruim da embriaguez. O mesmo que teve o cunho de expandir o campo de visão de toda uma geração há algumas décadas atrás hoje é usado em demasia por uma geração que apenas se importa em sair por aí cambaleando, cambaleando.. Até cair. Sexo, drogas e rock'n'roll já não é mais a mesma coisa.
Quem sabe os professores de universidades particulares não se encontrariam numa sala com alunos preparados, ao invés da escória mal preparada (em sua maioria) que não conseguiu ingressar em uma universidade com qualidade de ensino superior, se ao menos houvesse mais consciência embutida no meio disso tudo.
O que falta é essa molecada descobrir a diferença entre preço e valor.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
“The fragility of love is what is most at stake here—humanity's most crucial three-word avowal is often uttered only to find itself suddenly embarrassing or orphaned or isolated or ill-timed—but strangely enough it can work better as a literal or reassuring statement than a transcendent or numinous or ecstatic one.”
― Christopher Hitchens, Hitch-22
I can't even begin to write about Hitch. For now one of his quotes will have to do. Enough said.
We all miss you, Hitch.
― Christopher Hitchens, Hitch-22
I can't even begin to write about Hitch. For now one of his quotes will have to do. Enough said.
We all miss you, Hitch.
domingo, 10 de junho de 2012
Revolution!
One is born, star learning, develops himself, grows, find the world to be the most poetically and ironically opposite of everything he was programmed to deal with, suffer an incredibly huge amount of pain, learns one or two things about mortality and the frailty of our condition, and dies.
All of it happens so near the end we find ourselves to be in a bloodbath, with every fiber of what we consider to compose our entity stained with red. Being it omission or the complexity of whatever makes you behave the way you do (no true evil nor true good is exclusively manifested by a human being), you're guilty. That's the only certainty. You exhale guiltiness.
Whatever or whoever the so called (or even self entitled) God may be, he hasn't been too good of a Divine despotist. Even though some have the most inner need of a Divine North Korea to be true, it is absolutely unacceptable for that number to be a majority at the present date. Such a statistic only points to the fact that at the present faith is still more important than facts, and God is still a basic necessity. The super man is still far, far away from us, poor Zarathustra. In the meanwhile, all there is left is a small group of free thinkers trying to start a rebellion, literally a revolution. May wisdom and intellect watch over them.
All of it happens so near the end we find ourselves to be in a bloodbath, with every fiber of what we consider to compose our entity stained with red. Being it omission or the complexity of whatever makes you behave the way you do (no true evil nor true good is exclusively manifested by a human being), you're guilty. That's the only certainty. You exhale guiltiness.
Whatever or whoever the so called (or even self entitled) God may be, he hasn't been too good of a Divine despotist. Even though some have the most inner need of a Divine North Korea to be true, it is absolutely unacceptable for that number to be a majority at the present date. Such a statistic only points to the fact that at the present faith is still more important than facts, and God is still a basic necessity. The super man is still far, far away from us, poor Zarathustra. In the meanwhile, all there is left is a small group of free thinkers trying to start a rebellion, literally a revolution. May wisdom and intellect watch over them.
terça-feira, 13 de março de 2012
#18
O que diria Pagliacci ao ver um homem enclausurado em sua própria intimidade, com pensamentos fundidos à chamas negras de desespero e insalubridade vil; antes de adentrar em seu grand finale? Talvez veria seu próprio reflexo estagnado na expressão do sujeito, extasiado, desenhado em linhas grosseiras descendendo de sua face, guiando lágrimas secas abaixo. Talvez isso mudaria o curso dos acontecimentos e a comédia não "acabasse" simplesmente.
A verdade é que um homem que é obrigado a engolir as próprias lagrimas em meio ao caos resultante do que foi perpetrado por ele mesmo sente em si o gosto da putrefação moral e pessoal que incidem cada vez mais sob a superfície da realidade em que ele se encontra. É justamente nessa hora, no exato momento onde a humilhação atinge o pico, que o sujeito se reencontra. A humilhação tem um grande poder de aproximar as suas vítimas, de lacerar carne e osso e rearranjar os pedaços de uma consciência doente; seja para encontrar a si mesmo ou entrar em contato com um semelhante.
Entre a opção A ou B, acredito que Pagliacci seguiria seu destino mortal até o fim. Afinal de contas, sem a maquiagem, sem o chapéu e os sapatos enormes, há uma grande possibilidade de que o sujeito reconhecesse o olhar do palhaço que, apesar de sentir exatamente a mesma dor, ainda sentia animo ao alegrar a platéia; vontade essa que havia esmorecido dentro dele há dias, e que com certeza mudaria o rumo do espetáculo da noite também. E enquanto se arrumava, o palhaço se olhava no espelho, um hábito adquirido há não muito. Quanto à comédia, coitada.. Não teria jeito, acabaria ali mesmo, no palco.
A verdade é que um homem que é obrigado a engolir as próprias lagrimas em meio ao caos resultante do que foi perpetrado por ele mesmo sente em si o gosto da putrefação moral e pessoal que incidem cada vez mais sob a superfície da realidade em que ele se encontra. É justamente nessa hora, no exato momento onde a humilhação atinge o pico, que o sujeito se reencontra. A humilhação tem um grande poder de aproximar as suas vítimas, de lacerar carne e osso e rearranjar os pedaços de uma consciência doente; seja para encontrar a si mesmo ou entrar em contato com um semelhante.
Entre a opção A ou B, acredito que Pagliacci seguiria seu destino mortal até o fim. Afinal de contas, sem a maquiagem, sem o chapéu e os sapatos enormes, há uma grande possibilidade de que o sujeito reconhecesse o olhar do palhaço que, apesar de sentir exatamente a mesma dor, ainda sentia animo ao alegrar a platéia; vontade essa que havia esmorecido dentro dele há dias, e que com certeza mudaria o rumo do espetáculo da noite também. E enquanto se arrumava, o palhaço se olhava no espelho, um hábito adquirido há não muito. Quanto à comédia, coitada.. Não teria jeito, acabaria ali mesmo, no palco.
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#17
É tão abstêmia, tão adstrita a idéia de liberdade. Não somos livres nem de nós mesmos, das nossas vontades, desejos, segredos... Somos escravos do que somos, escravos das nossas sinapses; seres pensantes, alguns diriam.
A diferença efusiva entre a auto-interpretação e a realidade crua mascara, de maneira hedonista, o princípio básico da moralidade humana. A antroposofia não tem aonde se sustentar se não nos vazios ignorados pela existência do homem. Não é possível chegar a um estado cônscio sobre qualquer aspecto da moralidade humana com um simples silogismo, sem antes exaurir toda e qualquer característica humana, passiva de emoção. Trabalho de Sísifo esse, afinal de contas, não somos todos psicopatas.
São olhos castanhos, tristes, verdadeiros, expressivos, penetrantes, quase fulvos, que interpelam qualquer pensamento, qualquer dúvida, que cessam qualquer embriaguez. São esses olhos que geram uma tempestade altissonante e inebriada. Eles não significam nada, mas ignora-los significaria o fim de tudo, todo o sentido da existência, do prazer pelo descontento, todos os anos que esculpiram os olhares de dois indivíduos para o único desígnio de se contemplarem. Olhar dentro de sua íris, porém, consistiria no fim de uma vida, no arrefecimento de memórias marcadas; o preço da consciência absoluta.
O sofrimento inerente, praticamente inato, é certo. Trata-se de uma experiência serôdia, abordando crimes sem criminosos. O homem continua sendo homem, assim como um charuto as vezes é apenas um charuto.
A diferença efusiva entre a auto-interpretação e a realidade crua mascara, de maneira hedonista, o princípio básico da moralidade humana. A antroposofia não tem aonde se sustentar se não nos vazios ignorados pela existência do homem. Não é possível chegar a um estado cônscio sobre qualquer aspecto da moralidade humana com um simples silogismo, sem antes exaurir toda e qualquer característica humana, passiva de emoção. Trabalho de Sísifo esse, afinal de contas, não somos todos psicopatas.
São olhos castanhos, tristes, verdadeiros, expressivos, penetrantes, quase fulvos, que interpelam qualquer pensamento, qualquer dúvida, que cessam qualquer embriaguez. São esses olhos que geram uma tempestade altissonante e inebriada. Eles não significam nada, mas ignora-los significaria o fim de tudo, todo o sentido da existência, do prazer pelo descontento, todos os anos que esculpiram os olhares de dois indivíduos para o único desígnio de se contemplarem. Olhar dentro de sua íris, porém, consistiria no fim de uma vida, no arrefecimento de memórias marcadas; o preço da consciência absoluta.
O sofrimento inerente, praticamente inato, é certo. Trata-se de uma experiência serôdia, abordando crimes sem criminosos. O homem continua sendo homem, assim como um charuto as vezes é apenas um charuto.
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