quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

E agora?


     É, faz tempo. Faz tempo que não escrevo, que não me entrego, digamos assim, à escrita. My Dark Passanger, diria Dexter Morgan. Escrever não é uma coisa fácil, muitas vezes nem prazeroso. É demasiado trabalho, principalmente para nós, pobres mortais, que vivemos à sombra da grande montanha de escritos elaborados pelos grandes. O que seria um dia na mante do polêmico e genioso (além de genial) Christopher Hitchens? Difícil, muito difícil imaginar. Se você pode falar, você pode escrever, dizia. Mas quantos de vocês gostam de ouvir o que os outros falam? – Muito bem colocado, Hitch. É, é foda. Nem com meu colírio alucinógeno, como diria o Simão da Folha! E que tal o querido Edgar Allan Poe, o Corvo? Aí complicou mais ainda! Tá louco! Se a bebida, dependendo do caso, mais atrapalha do que ajuda, imagina aos tons revoltos e “resolutos” do Ópio? Ô bicho inteligente esse corvo!

     E aí o jovem escritor, aquele coitado, revoltado, provavelmente maluco, ser expressivo e ainda esperançoso, se pergunta: E agora? ... É, meu amigo, e agora é que fodeu! A escrita vai muito além do “e agora?”, porém garanto, pela pouquíssima experiência que tenho no assunto, que jamais se livra dele! Essa questão é inerente ao ato, à necessidade da escrita. Sim, necessidade. Acredito que escrever vai muito além do gozo, do simples prazer, da simples troca entre labor-recompensa. É uma necessidade inexplicável, imutável, de expressão, de comunicação, seja consigo mesmo ou com algum outro ser pensante. É complicado, bem complicado! Como em tudo, há uma insofismável seleção natural tangenciando a folha em branco, o conhaque (ou Scotch, o que preferir) e a velha Olivette em cima da mesa. Há quem considere indispensável o cigarro e o café nessa equação. Sinceramente? Não importa. Essas são variáveis, o que importa é a constante. O quão primordial é a escrita na sua vida? Indispensável? Vital? É, pequeno gafanhoto... E agora?

     Fico por aqui. Minha dose de veneno está acabando, pobre eu! Fica aqui também minha singela homenagem aos que se se devotam à tão árdua tarefa de tecer palavras! Um dia eu chego lá! Vocês são fodas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário