domingo, 18 de dezembro de 2011

#15

   O mundo é claramente separado por dualidades, pontos opostos tangenciando praticamente qualquer assunto. Bem, mal, Deus, demônio, políticos de direita, de esquerda, céu, inferno, eterna gloria, eterno sofrimento, simples, complexo. Bem, a lista é enorme. E sim, eu decidi parar no complexo. 
   Porque o homem faz questão de procurar o antagônico de tudo? 
   A psicologia diz que se crianças forem separadas de qualquer maneira distintiva, como por exemplo camisetas de cores diferentes, e forem colocadas em um lugar onde haveria convívio entre elas, as crianças se relacionariam com as outras da mesma cor de camiseta naturalmente, criando uma barreira psicológica entre os da cor diferente. E essa distinção cresceria cada vez mais.
   É da natureza do homem ser homem, como do macaco ser macaco e o rato ser rato. Marx não encontrou a origem da hostilidade humana, dessa enfermidade; apenas diagnosticou outro sintoma. E sempre vai ser assim, até que o homem não seja mais homem. Somos naturalmente destrutivos, semeadores do nosso próprio fim.  Não é atoa que livros e livros sobre táticas de marketing, de negócios, até mesmo sobre a grande arte da sedução, trate dos instintos mais básicos e primitivos do homem. Sim, aqueles instintos selvagens que um dia nos serviram como utensílio primordial para sobrevivência. No fundo, o homem não mudou, pois continua seguindo sua "lei da selva"; mas essa selva é de concreto, e o almejado é viver em cima dos outros, enterrando quantos corpos forem necessários, para ganhar o título de bem sucedido.
   O preço hoje em dia não é nem mais a alma ou a integridade da pessoa. É o preço definitivo da consciência. O mundo é bem mais selvagem hoje do que já foi em qualquer outra era desse planeta. O domínio dos inteligentes os fez esquecer de que são primatas e ainda lutam como tal.

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