quarta-feira, 27 de abril de 2011

#9

    O que faz um homem entrar em conflito consigo mesmo, com sua moralidade, sua lógica, se não o amor? A paixão é visceral, lacera a sanidade da pessoa. Não se dorme sem pensar nem acorda sem se lembrar do outro alguém. Aquela angústia de existir no singular e não ser o plural de outra existência machuca, e as vicissitudes da vida recordam de maneira crua, fria e seca os detalhes de uma pessoa que não se importa em importar tanto para você. É, é o "amor". Esse que o reprime e condena por não ser outro; que pega seus objetivos e prioridades à força e os coloca de lado, para que haja espaço. Ele te mata, transforma em outra pessoa, mantém apenas a tua essência e libera o seu orgulho e as tuas loucuras para que o sinta dentro de cada veia, cada fibra do seu corpo. É sempre o mesmo, sempre. Indefensável e imprevisível. Agora, a paixão, queima de maneira desesperadora, mantendo a loucura à flor da pele, num gargalo perigoso, no ápice entre o doce e o amargo. A busca, a conquista, se desenrolam em passos desconhecidos, aflitamente ensaiados. A paixão é o prelúdio, turbulento e agitado, desordenado, do amor. Ah, o amor.. Como é bom amar! O amor é um monólogo a dois, a abstração de um turbilhão de emoções, agora, concretas. Não se aprende a amar, se sente. Não há um porque, simplesmente porque não é necessário. Se ama por ódio e prazer do mesmo jeito que se chora por alegria e tristeza. O amor é lindo, perigoso, desconhecido, traiçoeiro. Mas apesar de todas as contradições e misticismo, o amor é amado por todos que um dia amaram e foram amados. O amor é tudo. É querer não apenas viver, como morrer por alguém. É devotar sua vitalidade à outra pessoa. Amar significa esperar uma vida inteira. Amar não significa querer dar o mundo, a lua e todo o universo para alguém; mas o seu mundo, o seu coração, teu sangue.
Amar é ser amado, é a justificativa de toda ansiedade, angustia, tudo sofrido até então.

Cara, o que é o amor?

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